quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Jornal da Bahia/a história

O Jornal da Bahia inicia suas atividades no dia 21 de setembro de 1958, sob
a direção do deputado, João falcão, diretor e dono do jornal. Uma equipe de jovens jornalistas igualmente entusiasmada, estava preparada para a tarefa de se criar um jornal visando em primeiro plano o aperfeiçoamento do regime democrático, sendo porta voz dos anseios da Bahia, de suas forças produtoras, de seu movimento cultural e de todo o povo.Um jornal independente e imparcial, livre da manipulação de grupos políticos, econômicos e financeiros, para que possa antes de tudo, ser órgão de ampla liberdade de opinar, noticiar e combater se preciso for, fora e acima de partidos e facções, mas sempre presente a todos os problemas fundamentais do estado sem discriminação nem limitações.Nascido em 1919, na cidade de Feira de Santana, João Falcão formou-se em direito, é jornalista, atuou no ramo empresarial e bancário, além de ter sido deputado federal. A idéia de criar o Jornal da Bahia foi discutida na câmara federal em 1956, entre ele e seus colegas políticos de bancada baiana, Octávio Mangabeira e Nestor Duarte. Falcão na posição de deputado federal tinha tudo a seu favor, o seu poder e o poder dos colegas políticos formadores de opinião.
- Situação histórica do País e na Bahia no lançamento do jornal
O Brasil e a Bahia procuravam romper a estagnação em que viviam. O governo do presidente Juscelino Kubitschek, empossado em 1956, havia lançado o slogan desenvolvimentista de “50 anos em 5”. JK estava construindo a nova capital da República, Brasília, implantando a indústria automobilística e um parque industrial no Brasil. Os resultados desta política alcançaram à expressiva taxa de 7% do crescimento do PIB. A euforia dominava todos os setores da vida nacional e a Bahia estava inserida naquela conjuntura progressista.Com o surgimento da Petrobrás em 1953, definitivamente, pois de fato concreto a existência do Petróleo no país. Começou a desenvolver-se na Bahia em 1961 o parque industrial de extração, do refino e do transporte do combustível. Com abundância da energia elétrica de Paulo Afonso, com as possibilidades de exploração cientifica, o aproveitamento industrial de seus tradicionais produtos agrícolas e podendo ser o centro do movimento turístico nacional, a Bahia tinha grandes possibilidades de desenvolver-se e tornar-se um dos mais importantes estados da federação brasileira.Essas condições favoráveis trousse o investimento de homens da mais ampla visão e o aparecimento de novos empreendimentos compromissores, como a fundação de indústrias nos mais variados campos como as de nitrogênio, cimento, papel, frigoríficas, indústrias extrativas etc. Não somente os investimentos locais afloraram o mercado interno, mas também capitais estrangeiros, que buscam no Brasil uma alternativa de melhores condições para os seus investimentos.
Projeção histórica ao longo do tempo (Fato Jornal da Bahia x ACM)
De 1971 a 1975 a vida do jornal da Bahia foi marcada por uma intensa e desesperada luta para sobreviver, resistindo bravamente aos quatro anos do governo de Antonio Carlos Magalhães.O bloqueio econômico ao jornal, através de pressões exercidas junto a anunciantes por ACM, acabou provocando a perda de 95% dos mesmos, tanto a nível local como nacional. O resultado foi a diminuição das paginas da edição diária. Em media o jornal circulava com 24 paginas e esse numero caiu pela metade para 12 paginas e às vezes nem isso. Como a firmeza do governador contra o Jornal da Bahia era cada vez mais intensa, a direção do jornal intensificou o processo de redução de despesas. Foi ai que o jornal viu-se obrigado a dispensar funcionários e reduzir drasticamente as despesas.As pressões de Antonio Carlos Magalhães não ficaram apenas no terreno econômico, cerca de cinco processos, supostamente baseados na lei de impressa, foram destinados ao jornalista João Falcão. Além disso, outro processo com invocação na lei de segurança nacional foi destinado ao então redator chefe João Carlos Teixeira Gomes. Como o Jornal da Bahia não recuava sua posição independente o Governador Antônio Carlos Magalhães passou ao terrorismo. Na madrugada de 12 de janeiro de 1973 o diretor João falcão sofreu um atentado a bomba, quando saia do edifício de um amigo. Nada foi apurado, como era já se esperava. Apezar do susto a pessoa que lançou a bomba de dentro de um veiculo errou o alvo.
A maquina de impressão adquirida pelo jornal da Bahia era uma antiga Marinoni italiana de 1917, comprada às cegas, pois quando foi ser desencaixotada esperava-se uma Man em cores seminova. O jornal se encontrava numa difícil realidade, rodar um jornal novo com uma impressora tão antiga. Apezar da má impressão o jornal trazia notáveis inovações: Linguagem objetiva, uma técnica de redação atualizada, farto noticiário, apresentação gráfica moderna e uma paginação inteiramente evolucionária.A preocupação com a constante inovação fez com que o Jornal da Bahia adquirisse uma verdadeira Man, que permitiu circular com roupagem nova, introduzir outras modificações na apresentação e realizar novas inovações. Pela primeira vez a técnica do Lead foi introduzida na Bahia.No dia primeiro de março de 1970 o Jornal da Bahia começava uma nova era, a compra da impressora Gors-Urbanit, um completo e eficiente equipamento “off_set’’ que tinha a capacidade de imprimir 40 mil jornais por hora. O jornal começa a circular com 24 páginas.
Pela primeira vez com impressão off_set, o Jornal da Bahia atingia um moderno padrão gráfico, era o que havia de mais novo na técnica de imprimir jornal, apenas três jornais no Brasil possuíam essa impressora, o que levou o Jornal da Bahia graficamente ao nível dos grandes jornais Brasileiros.
A decadência
Em outubro de 1990, o Jornal da Bahia, tornou-se um jornal popular, feito com chamadas e noticias sensacionalistas, fotos pornográficas apelativas e fofocas ridículas da tevê.O Jornal da Bahia teve a sua ultima publicação no dia 22 de fevereiro de 1994. O fim não foi conseqüência dos quatro anos mais duros do governo de Antônio Carlos Magalhães, mas sim de uma lenta decadência ao longo dos anos, conseqüente em grande parte do seu ódio perseguidor.
Bibliografia: Livro Edição Especial do Vigésimo Aniversário do Jornal da Bahia (Set. de 78)http//observatório.ultimosegundo.ig.br/artigos.asp?dod=401azl001

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